Neurogenética
Gene ACE e Neurotransmissores
Marcelo Sady Plácido Ladeira
O gene ACE codifica a enzima convertente de angiotensina (ECA), que faz parte do sistema renina-angiotensina.
ECA catalisa a transformação da angiotensina I em angiotensina II. Angiotensina II (Ang II) afeta vasoconstrição e regula a homeostase do sal e água pela liberação de aldosterona. Além disso, regula atividades inflamatórias, eritropoiese, oxigenação de tecidos, pressão sanguínea, etc.
O gene ACE possui um polimorfismo relevante, o qual é caracterizado por uma inserção/deleção de 287 pb. O alelo D(G) está associado com níveis séricos e teciduais elevados de ECA (aumento de 50 a 60%), aumento da produção do agente vasoconstritor angiotensina II e redução da meia-vida da bradicinina (vasodilatador). ACE também desempenha um papel importante na degeneração de neuroquininas, uma família de neurotransmissores do sistema nervoso central . A implicação de neuroquininas em transtornos psiquiátricos é apoiada por sua função na regulação das emoções, cognição, comportamento e memória que são comprometidas, por exemplo, no autismo.
Ang II, o produto final do RAS, também é assumido como interagir com neurotransmissores como dopamina e serotonina no SNC, o que propõe um possível mecanismo de ação para Ang II em processos comportamentais e cognitivos . Ang II pode induzir a morte das células dopaminérgicas através da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), além de perda de capacidade de secreção de dopamina. Portadores do alelo G do polimorfismo rs4343apresentam maior expressão e produção de ECA com consequente maior risco de degradação de neurotransmissores.
Devido a isso, é interessante limitar o consumo de gordura a 25% e o de gordura saturada a 8% para ajudar a equilibrar os níveis de expressão de ACE e minimizar a suscetibilidade genética.
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