Genética e Morte Súbita por Parada Cardíaca
Marcelo Sady Plácido Ladeira
Morte súbita por parada cardíaca (MSC ) é uma das principais causas de mortalidade nos países ocidentais, com uma incidência em torno 1 por 1.000 indivíduos, sendo causada na maioria das vezes por fibrilação ventricular (Bezzina et al., 2013). 5-10% dos casos estão associadas a arritmia cardíaca hereditária (Bezzina et al., 2013). Atualmente,
o tratamento de sobreviventes que apresentaram parada cardíaca é baseado na abordagem tradicional.
No entanto, especialmente durante a última década, a relevância dos fatores genéticos levando a maior risco de arritmias têm sido cada vez mais reconhecida, demonstrando que a contribuição genética é muito maior do que se imaginava, variando de 20 a 80% (Schawartz e Dagradi, 2016).
Essa percepção está forçando os médicos que acompanham os sobreviventes de parada cardíaca a avaliar o risco de recorrência dos seus pacientes e também a possibilidade de novos casos de parada cardíaca envolvendo membros da família (Schawartz e Dagradi, 2016).
Devido a isso, a utilização de um perfil de genotipagem em cardiomiopatias tornou-se de grande importância, pois permite ao médico estimar o risco de recorrência do seu paciente e familiares e adotar medidas preventivas personalizadas. Se você apresenta histórico familiar com casos de morte súbita por parada cardíaca converse com seu médico! Previna-se!
Referências Bibliográficas:
Bezzina et al. Common variants at SCN5A-SCN10A and HEY2 are associated with Brugada syndrome, a rare disease with high risk of sudden cardiac death. Nature Genetics, v. 45(9), p. 1044-1048, 2013.
Schawartz e Dagradi. Management of survivors of cardiac arrest — the importance of genetic investigation. Nature Reviews Cardiology. v. 13, p.560-566, 2016.