Gene MTHFR e Possível Efeito Tóxico da Cianocobalamina (B12)
Marcelo Sady Plácido Ladeira
O ciclo do metabolismo de um carbono é vital para adequada produção de neurotransmissores, glutationa (um dos principais antioxidantes que produzimos no nosso corpo), detoxificação, produção de hormônios, etc.
Várias enzimas e vitaminas participam de diferentes etapas desse ciclo, como a enzima metiltetrahidrofolato redutase (MTHFR) e a vitamina B12. A enzima MTHFR apresenta um papel chave, pois leva a formação de 5-metiltetrahidrofolato, que é a principal fonte de grupo metil para mais de 150 reações de metilação do nosso organismo, como a metilação da B12 na forma de cianocolabamina, transformando-a a em metilcolabamina, uma das formas ativas da vitamina B12, a qual é essencial para nossa sobrevivência. Existem algumas variantes genéticas do gene MTHFR, cujos alelos levam a menor eficiência enzimática, consequentemente pode levar a menor produção de 5-metiltetrahidrofolato e menor produção de metilcobalamina.
Por exemplo, portadores de um alelo T do polimorfismo rs180033 podem apresentar redução da eficiência enzimática de 30 a 40%, portadores de dois alelos T podem apresentar redução da eficiência da MTHFR de até 70%, o que implica em maior risco de Alzheimer, depressão, transtorno do espectro autista, doenças cardiovasculares, câncer, microcefalia, anencefalia, espinha bífida, redução da produção de hormônios sexuais, redução da produção de hormônios da tireóide, etc. A lista de doenças e distúrbios associados a menor eficiência da MTHFR é enorme.
Entretanto, esse risco pode ser minimizado com o consumo adequado de folato, vitaminas B6 e B12, zinco, magnésio, etc. Resumindo, se você tiver a MTHFR menos eficiente você precisará de maior quantidade desses micronutrientes. Portanto, você pode ingerir esses micronutrientes através de uma alimentação personalizada (converse com seu médico ou nutricionista) ou suplementar. A vitamina B12 vendida na forma de cianocolabamina é aproximadamente 60% mais barata que a B12 vendida como metilcobalamina. Devido a isso, quando as pessoas suplementam, elas optam por comprar na forma de cianocolabamina. Entretanto, a cianocobalamina é uma combinação de vitamina B12 com um grupo ciano, o qual é clivado no corpo e reage parcialmente como cianeto – uma substância que é conhecida como uma neurotoxina.
Não importa como o cianeto entra no nosso corpo, inalado, engolido ou absorvido através da pele e/ ou músculo; exposição a pequenas quantidades de cianeto pode levar a respiração rápida, batimentos cardíacos alterados, agitação, diminuição da capacidade de concentração, tonturas, fraqueza, cefaleia, etc; em grande quantidade; pode levar a morte (http://www.vitamina-b12.net/cianocobalamina/). A quantidade de cianina presente na cianocobalamina é muito pequena e somente pessoas muito sensíveis podem apresentar efeitos negativos.
Entretanto, se você for portador de um alelo T ou dois, como dito anteriormente, a sua capacidade de metilação pode estar reduzida e você transformará menos cianocobalamina em metilcobalamina, o que pode aumentar o seu risco de acúmulo de cianocobalamina, o que a longo prazo e dependendo de outros fatores, pode levar a acúmulo de cianina, que pode induzir os efeitos danosos que citamos anteriormente. A frequência do aleto T é comum, podendo chegar a 50% ou 65% em algumas populações. Portanto, é melhor não arriscar, se você for portador do alelo T do polimorfismo rs180033 do gene MTHFR, sua sensibilidade é aumentada. Devido a isso, se precisar suplementar, metilcolabamina é uma excelente alternativa. Converse com o seu médico ou nutricionista.
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