Rotina de skincare: o que levar em consideração na hora de escolher os produtos?

Muito além da pele ser mista, seca ou oleosa, fatores como genética, fototipo, etnia e pH devem ser levados em consideração.

Pele oleosa, mista, seca ou normal... logo que começamos a nos aventurar pelo mundo dos cuidados com a pele somos encaixados em uma dessas categorias, que dizem respeito à relação entre água e óleo de cada tipo de pele. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, basear-se apenas nessa característica para escolher seus cosméticos e montar uma rotina skincare pode ser um verdadeiro engano.

“Primeiro porque, geralmente, as pessoas tentam descobrir o tipo de pele em casa ao invés de consultarem um médico, o que leva a diagnósticos incorretos que podem colocar a saúde do tecido cutâneo em risco. Por exemplo, é muito comum que as pessoas acreditem possuir pele oleosa simplesmente por apresentarem espinhas quando, na verdade, possuem a pele seca e, na tentativa de controlar a oleosidade por meio da utilização de ativos seborreguladores, acabam ressecando ainda mais a pele”, alerta a Dra. Roberta Padovan, médica dermatologista.

Por isso, na hora de escolher um cosmético, é importante levar em consideração, além do tipo de pele, algumas outras características que influenciam diretamente na saúde e beleza do tecido cutâneo, que você pode conferir abaixo:

TIPO DE PELE

Apesar de não ser o único fator importante, o tipo de pele deve sim ser considerado antes de optar por um cosmético. E, para identificar o tipo de pele, devemos observar suas características e a forma como ela reage aos diferentes estímulos ao longo do dia.

“A pele oleosa, por exemplo, é caracterizada pelo aumento do sebo, principalmente na zona T da face. Os pacientes se queixam que a pele está sempre brilhando e com aspecto de mal lavado, além de possuírem dificuldade em usar filtro solar. As mulheres reclamam que a maquiagem derrete”, diz o dermatologista Dr. Daniel Cassiano. Já a pele seca é mais fina, costuma ser mais sensível, está mais sujeita a um envelhecimento precoce, tem um aspecto menos brilhante e tende a apresentar descamação.

A escolha do produto ideal vai variar com o tipo de pele. “Os produtos em gel e sérum são indicados para pele oleosa, enquanto as loções e cremes são indicados para pele mais seca. Mas se sua pele é propensa à acne, o recomendado é procurar as palavras ‘antioleosidade’ e ‘não-comedogênico’. Essa mesma dica também vale para a pele oleosa. Já para as peles mais secas, um produto específico geralmente confere maior hidratação, então essa palavra-chave deve estar no rótulo”, explica o dermatologista.

SAÚDE DA MICROBIOTA

A pele de cada pessoa possui uma “impressão digital”, conhecida como microbiota cutânea, que consiste em um conjunto de microrganismos variável de indivíduo para indivíduo que coloniza a superfície da pele.

“Esse pequeno ecossistema de bactérias da pele tem muitas funções, controlando a colonização de organismos potencialmente patogênicos, modulando a resposta imune e auxiliando na manutenção da barreira da pele. Dessa forma, a microbiota cutânea é parte integrante da saúde da pele, desempenhando um papel especialmente significativo no combate ao surgimento de condições como dermatite atópica, psoríase e acne”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff.

Levar o estado da microbiota cutânea em consideração na hora de montar a rotina skincare é tão importante quanto o tipo de pele, já que esse ecossistema necessita de cuidados específicos quando desequilibrado. E uma das melhores maneiras de cuidar do microbioma cutâneo é através da adoção de cosméticos formulados com probióticos em sua rotina diária de cuidados com a pele. 

FOTOTIPO E ETNIA

 Até mesmo o fototipo e a etnia do paciente devem ser levados em consideração para um tratamento eficiente da pele, afinal, são fatores que tornam nossa pele única.

Por exemplo, pessoas de fototipos mais altos são mais propensas a sofrerem com hiperpigmentação. Saber disso é importante para que sejam incorporados cosméticos clareadores e calmantes na rotina skincare, ajudando assim no combate às manchas e inflamações”, diz a Dra. Roberta Padovan. “Já para quem tem a pele mais fina, como é o caso dos asiáticos, o ideal é investir em produtos calmantes e altamente hidratantes para prevenir o ressecamento e a hipersensibilidade do tecido”, recomenda a médica.

GENÉTICA

Nosso material genético também possui grande influência na saúde e beleza da pele. “Todos nós somos resultados da interação dos nossos genes com fatores ambientais. Segundo o dermatologista Dr. Marcelo Sady, qualquer suscetibilidade genética pode ser amenizada com hábitos saudáveis, principalmente uma alimentação adequada e personalizada com base no nosso Genótipo.

No caso da pele, uma rotina skincare com produtos altamente personalizados, que permitem uma melhor estimativa das nossas necessidades individuais. É por isso que cresce no mundo inteiro a ideia da personalização dos cremes baseada no DNA.

IDADE

Outro fator que possui grande influência sobre as alterações que ocorrem no tecido cutâneo e precisam ser tratadas é o processo natural de envelhecimento da pele.

“Conforme envelhecemos ocorre a quebra das fibras de colágeno e elastina, que dão sustentação à pele, e uma diminuição na produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas, além da reabsorção dos compartimentos de gordura do rosto. Como resultado, a pele torna-se mais ressecada, fina, flácida e sem brilho e passa a necessitar de cuidados redobrados”, afirma a Dra. Roberta.

Mas, obviamente, é impossível descobrir sozinho todas as características que influenciam sua pele. Justamente por esse motivo que as consultas regulares ao dermatologista são tão importantes. “Apenas o profissional especializado poderá, após uma avaliação profunda de sua pele, indicar a rotina de cuidados mais adequada para você, evitando assim uma série de problemas que podem surgir devido ao uso inadequado de produtos dermocosméticos", finaliza a médica.

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